segunda-feira, 25 de junho de 2007

FICHAMENTOS


A GEOGRAFIA NA ESCOLA

A Geografia Moderna (científica ou tradicional) e o sistema público de ensino são frutos do século XIX, as escolas, até esta época passaram um saber elitista sendo influenciadas pelas instituições religiosas.
O ideal iluminista, assentado na crença do poder da razão humana, é que passa a defender a ampliação da formação cultural para todos como forma capaz de transformar o homem e, por meio dele, a sociedade.
Na França, em 1782, começa a organização da instrução pública, a educação é colocada sob a responsabilidade do poder público sendo proclamada universal, gratuita, laica e obrigatória.
A escola surge, então, como um instrumento capaz de transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade, retirando os homens do estágio de ignorância e, ao mesmo tempo, inserindo-os na concepção burguesa que emerge na sociedade.
Esta formação cultural é vista pela burguesia, como capaz de unir toda a sociedade e articular todos os interesses em torno dos burgueses.
Deve-se levar em conta, de que a escola e a escolarização se firmam ao longo do século XIX, no mesmo momento em que se dá a consolidação do Estado nacional e do capitalismo.
A geografia, nesta época, elimina o raciocínio e a compreensão evidenciando uma precedência o natural sobre o social, para que o social seja visto como natural.
Já na segunda metade do século XIX, a geografia exerce um papel político social, delimitando o Estado nacional pelo seu território (quadro natural), a geografia inverte o real, pois substitui a sociedade (sujeito) pela natureza (objeto).
Desta forma, o discurso geográfico despolitiza, porque retira a capacidade de reflexão e de fazer história de que somente o sujeito é capaz, sendo assim, a geografia fatalmente considera o aluno como um ser neutro, sem vida, sem história, sem espaço.
A própria insuficiência cognitiva da geografia dominante nas escolas se encarrega de reduzir sua importância em função do seu comprometimento prioritário com a simples observação e catalogação de informações.
O autor expõe que a Geografia deve ser trabalhada da maneira como o homem atua sobre a natureza e não ficar presa somente a explanação da Geografia física. Deve ocorrer um junção de parte Física e Humana para um conhecimento pleno.
As primeiras colocações no sentido de uma Geografia Sistemática como uns saberes específicos vão ocorrer na Alemanha, no século XX.
A construção da Geografia Moderna vincula-se a duas determinações fundamentais: a formação do Estado Nacional e a expansão do sistema escolar.
Essa Geografia, tornando-se um saber universitário, não possui mais uma função estratégica. Seu papel é ideológico e, por esta razão, se converte num discurso sem conotações políticas expressas.
Existem assim, dois tipos de Geografias. A primeira, chamada por Yves Lacoste de “fundamental”, praticada pelos Estados-Maiores, pelas grandes empresas capitalistas e pelos aparelhos de Estado. A segunda, mais recente, é praticada tanto por pesquisadores universitários como por professores.
O último terço do século XIX é o período decisivo para a Geografia, pois é quando esta ciência consolida-se alcançando status acadêmicos, após um longo período de preparação que vinha desenvolvendo-se praticamente desde o século XVI.
O conhecimento veiculado a esta época cumprem uma função que consiste em impedir o desenvolvimento de uma reflexão política a propósito do espaço, e de ocultar a estratégica praticada no nível de espaço por aqueles que exercem o poder.

Proposta de aula


Através deste texto é possível realizar uma aula expositiva onde seriam escritos no quadro as palavras-chaves sobre o desenvolvimento da Geografia, desde o começo do século XIX até o fim do século XX interligados a escola.
As palavras-chaves seriam explanadas no quadro juntamente com sua explicação, após o término da exposição que duraria no máximo 40 minutos abriria espaço para perguntas e trabalharia a relação de importância entre Geografia e Guerra, até onde a Geografia é importante? Para com isto incentivar um maior interesse dos alunos.

Bibliografia

FONTES, R.M.P. do A. “A geografia na escola”. In: Da geografia que se ensina à ciência da Geografia Moderna. Florianópolis: UFSC, 1989. p 20-47.



COMO ESCOLHER E ORGANIZAR AS ATIVIDADES DE ENSINO



Para organizar uma aula e escolher as atividades que se realizarão nestas é necessário antes observar alguns pontos como:· A experiência didática do professor;· A etapa do processo de ensino;· O tempo disponível da aula;· A estrutura que a escola oferece, para elaborar qual a dinâmica da aula;· O assunto a ser discutido e o que tem que ser absorvido pelo aluno;· Observar qual será a contribuição e também as limitações das atividades que serão realizadas;· E o perfil dos alunos, observando também as suas “capacidades” (observar, analisar, teorizar, sintetizar e aplicar).Através dessa observação, notaremos o que é necessário para aula, qual é o método a ser utilizado, qual será o objetivo da aula e através dos resultados analisar se essa forma de atividade utilizada foi positiva ou não.




Bibliografia




BORDENAVE, J.D.; PEREIRA, A.M. “Como escolher e organizar as atividades de ensino”. In: Estratégicas de ensino – aprendizagem. Petrópolis. Vozes, 1994. p 121-132.




AS TRANSFORMAÇÕES DA GEOGRAFIA NO BRASIL: PESQUISA, ENSINO E FORMAÇÃO DO PROFESSOR



O capítulo inicial da obra, “As transformações da Geografia no Brasil: Pesquisa, Ensino e Formação do Professor” realiza a analise histórica e metodológica da maneira consistente e precisa de como deu-se a presença inicial da disciplina de Geografia no Brasil, e como esta alterou-se conforme as modificações estruturais na educação brasileira.
Pontuschka trata que a fundação da Faculdade de Filosofia da USP, em 1934, do Departamento de Geografia, em 1946, simultaneamente com a AGB (Associação dos Geógrafos Brasileiros) seriam os propulsores da ciência geográfica no Brasil.
Antes da criação da FFCL – USP os professores de geografia, eram profissionais formados em outras disciplinas ou apenas concluintes das escolas básicas.
A geografia neste período era nada mais do que a geografia dos livros didáticos, apresentando-se como uma disciplina apenas descritiva.Este período é visto por Aroldo de Azevedo como “A pré-história da Geografia”.
Com a elaboração da “Metodologia do Ensino Geográfico”, de Delgado de Carvalho, publicado em 1925, ocorre à discussão cerrada da urgência da Geografia tornar-se uma ciência, ou seja, uma interação mais concreta entre ensino e ciência geografia.
O autor trata que no país, a formação de uma Geografia científica deu-se após 1930, quando foram criadas as primeiras faculdades de filosofia, quais separavam o bacharel e o licenciado em Geografia e que a partir de 1957, apresentavam Geografia como disciplina acadêmica unificada. Além da criação do Conselho Nacional de geografia e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esta Geografia científica obedecia à metodologia francesa, em suas linhas mestras e era desenvolvida com seus consistentes estudos e publicações nacionais feitas pelo IBGE, pelo Boletim Geográfico, Boletim Paulista de Geografia – BPG, entre outros.
Sobre a produção geográfica de 1970, o geógrafo Pasquale Petrole explana sendo voltada para a “Geografia do espaço brasileiro, basicamente o estudo geográfica do Brasil, e nem sempre produzido no País”.(1979, p. 305).
Conforme dava-se as transformações políticos-econômicos e territoriais ocorridas na Europa no séc. XIX, como por exemplo, a unificação tardia da Alemanha, a Geografia alterava-se.
Neste período vários autores produziam idéias distintas para tentar compreender ou dar sustentação as modificações ocorrentes no mundo. Como Humbolt, procurando estudar o Globo sem dar destaque ao homem, Ritter, realizando estudos comparativos entre as regiões diferenciadas, procurando explicar as formas de ocupações. Marx, analisando o sistema capitalista em plena expansão e buscando explicações das relações existentes entre o homem e a natureza, Ratzel, com criação e propagação das idéias deterministas, reduzindo o homem a um animal sem considerar suas qualidades específicas, entre outros.
O autor que exerceu grande importância na Geografia brasileira neste período foi Vidal de La Blache, que estudava a relação homem-natureza numa perspectiva da paisagem, sendo o homem um ser ativo sofrendo influência do meio, que também o transforma. As idéias vidalinas e de seus seguidores deram base para a consolidação da Geografia Tradicional no Brasil, que nortearam as pesquisas das primeiras gerações de cientistas brasileiros e o trabalho pedagógico dos docentes.
Pontuschka expõe de maneira contundente que em meados da década de 1950, “o espaço geográfico mundializado pelo capitalismo monopolista tornou-se complexo e as metodologias propostas pela Geografia Tradicional não eram capazes de apreender estas complexidade”.(1994, p.47).
Deste modo, os geógrafos brasileiros foram atrás de novas teorizações, no Estado de São Paulo, reuniu-se um grupo de geógrafos do Dep. de geografia da Faculdade de Rio Claro, que fundaram a Associação de Geografia Teorética – AGETEO.
A Associação de Geografia Teorética, segundo expõe o autor, divulgavam trabalhos de uma corrente desenvolvida, principalmente nos países de língua inglesa, buscando nos métodos estatísticos e nos modelos matemáticos uma análise mais rigorosa do espaço.
Acreditavam também que o movimento intelectual e científicos proposto era irreversível e que a Filosofia do estruturalismo era importante para fundamentar a teoria dos sistemas, criaram assim a Geografia Teorética.
A Geografia Teórica, como explana Pontuschka, foi extremamente criticada, sendo considerados neopositivistas, por substituírem a observação direta por um empirismo mais abstrato.
Esta corrente não teve repercussão direta nas escolas de 1º e 2º grau, no entanto, medidas ligadas à política educacional do País, levaram para as escolas livros com saberes geográficos extremamente desviados, empobrecidos em seu conteúdo, desvinculados da realidade então vivida.
Na década de 70, segundo Pontuschka, as escolas de 1º e 2º grau sofriam com a implantação da disciplina de Estudos Sociais, imposta pela legislação oficial inspirada em modelos pedagógicos norte-americanos, que tinha como intenção eliminar gradativamente a História e a Geografia almejando um novo projeto de escola em resposta à inadequação das metodologias tradicionais.
O planejamento das atividades curriculares da área de Estudos Sociais tinha seus alicerces no modelo da área-núcleo, círculos concêntricos e estudo da comunidade. O estudo deveria começar dos problemas da comunidade de maneira cuidadosa para compará-los com outras regiões ou outros países.
Há de salientar-se, como aborda Pontuschka, a existência de dois professores permanecendo ao tempo em sala de aula, um de Geografia e um de História, que trabalhavam interdisciplinamente, garantindo a especificidade de cada disciplina e um conhecimento aprofundado dos temas estudados.
A criação de três tipos de licenciaturas para a formação de professores “polivalentes” para o ginásio, com duração de três anos: Estudos Sociais, Letras e Ciências, fixando em 2025 horas para a integralização do curso foi umas das repercussões da Lei 5692/71 nos Cursos de Formação do Professor.
Em 1980, o Conselheiro Paulo Nathanael Pereira de Souza apresentou um projeto de licenciatura plena, que pressupunha numa separação radical entre a licenciatura e o bacharelado, o que enfraquecia a formação científica do professor.
Pontuschka trata que os professores de 1º e 2º grau que, em sua grande maioria, desde o final da Licenciatura, encontravam-se desvinculados da Universidade, aproximaram-se, por razões diferentes, às vezes, para reinvidicar veementemente contra as medidas arbitrárias, para combater a disciplina e para solicitar o auxílio daqueles que detêm o poder junto aos órgãos educacionais.
Uma obra importante que discute esta época é “Escola, Estado e Sociedade” de Freitag, que avalia a Universidade após a Reforma de 1968, analisando a maneira pela qual essa instituição se comportou diante dos estudantes e como formou recursos humanos qualificados necessários à futura sociedade.
Esta nova Universidade tratada tinha por objetivos básicos: a solução à crise universitária, tendo como principal reivindicação a demanda de vagas e a formação dos recursos humanos para manter a dinâmica do desenvolvimento.
Pontuschka explana que enquanto as escolas particulares proliferavam, sem condições materiais e humanas de realizarem pesquisas, as universidades públicas mantinham debate sobre a ciência geográfica e o seu ensino.
No período pós-guerra e décadas seguintes, diversos autores procuraram o aprofundamento teórico da Geografia, utilizando o materialismo histórico e dialético nessa reflexão. Destes nomes o autor salienta Pierre George, Yves Lacoste, Bernard Kayser, Guglielmo, Jean Tricart, Jean Dresch etre outros.
Esta renovação alcançou todos os locais relacionados ao ensino e aprendizagem de geografia e as transformações não aconteceram linearmente, assim, na década de 80 e 90, continuaram os embates teóricos-metodológicos entre as grandes frentes, a disputa entre a Nova Geografia, a Geografia Tradicional e a Geografia Crítica.
Na década de 80, a Associação dos Geógrafos Brasileiros teve papel fundamental na promoção de encontros com o objetivo principal de refletir sobre o Ensino de Geografia, atingir as escolas de 1º 2º e 3º grau, descobrindo meios para minimizar a compartimentação dos conteúdos escolares e a distância do ensino de Geografia em relação à realidade social, política e econômica do País.
Os professores sentiram necessidade, como trata Pontuschka, de discutir conceitos, métodos e novas abordagens teóricas par temas constantemente inseridos nas programações de Geografia, muitas vezes, não dominados, do ponto de vista teórico.
Sendo assim, Pontuschka explana, que foi realizado o “1º Encontro Nacional de Ensino de Geografia”, em Brasília, contando com aproximadamente 2000 pessoas, número esse que refletiu as necessidades e mesmo dificuldades de os professores de Geografia em saber a metodologia a seguir, o que dar e como dar os conhecimentos geografia aos alunos nos diferentes níveis de ensino. A preocupação dos professores com mudanças estruturais na escola, no sentido de garantir a qualidade do ensino, sem considerar a Geografia isolada do contexto do currículo escolar.
Deste modo, a década de 1990 iniciou-se com grandes esperanças para a escola pública, com os professores mobilizados não aceitando as propostas governamentais a disciplina de Estudos Sociais parecia a uma suposta extinção que deu-se em 1983, porém deixando um contingente de profissionais formados nessa área que continuaram a existir.
As condições de trabalho, juntamente com os salários oferecidos, com aborda o autor, não atraíram os especialistas para o magistério, buscando eles outros campos profissionais ou permanecendo naqueles em que já encontravam-se, acarretando uma falta de docentes nas escolas em geral. Sendo este período marcado pela presença de professores de Geografia formandos em outras disciplinas.

Ao colocar como princípio a interação entre Universidade e escola de 1º e 2º graus, os professores demonstrarm consciência entre si da necessidade de fortalecer os laços até agora muito frágeis, para forçar a Universidade a se aproximar não apenas das empresas, mas também de instituições significativas do ponto de vista do atendimento de uma das grandes necessidades sociais: a educação formal. (PONTUSCHKA, 1994, p. 83).

Bibliografia

PONTUSHCHKA, N. N. A formação Pedagógica do Professor de Geografia e as Práticas Interdisciplinares. São Paulo, 1994. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação – USP.


Comentário





Com a leitura e análise realizada a partir da confecção dos textos, foi possível aprender mais informações consistentes sobre a desenvoltura histórica das distintas transformações da Geografia, além de fazer com que construíssemos nossos primeiros planejamentos de aula.

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